Todo mundo junto

Com uma experiência bem sucedida no  digital, que começou antes da pandemia e ganhou ainda mais força em em 2020, Orquestra Filarmônica de Minas Gerais prepara para a programação deste ano. Para o maestro Fábio Mechetti, o trabalho de uma orquestra, ao vivo, é uma experiência única.

Insta: Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

“Acho que a temporada de 2021 mostra uma confiança muito grande na orquestra em entender o seu papel de aproximar o público com a cultura em um momento como esse. As pessoas estão com muita necessidade disso”.

Uma sala projetada e construída sob os mais rigorosos critérios acústicos para ser a residência da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e que está incluída na restrita lista de espaços de concerto de excelência do mundo. Ao contrário de muitas concepções de acústica, que se adaptam a partir da arquitetura já existente, na Sala Minas Gerais, o processo foi inverso. “Toda grande orquestra precisa ter sua sala e entendemos desde o começo que deveríamos investir nesse sentido, o que foi de muita ousadia. O comprometimento era não só de ter uma sala, mas de começar o projeto do coração dela, ou seja, de sua acústica. A sala é de uma acústica comprovadamente maravilhosa e bem sucedida”, fala com entusiasmo o regente titular e diretor artístico da Filarmônica, Fábio Mechetti, que acompanhou a iniciativa do governo de Minas Gerais desde o começo, em 2008, quando a orquestra foi fundada (ver matéria sobre a arquitetura da Sala Minas Gerais).

Com a pandemia, a orquestra se viu, por algum tempo, distante do que mais gosta de fazer, que são os concertos ao vivo. “Somos o contrário da restrição social, somos a aproximação, para trazer as pessoas para conviver em uma experiência única”, reflete Mechetti, embora 2020 tenha projetado a Filarmônica de forma digital, com números que impressionam. Nos últimos nove meses, foram 281 dias de ações inéditas em ambiente digital, em que o conteúdo foi visto e ouvido por mais de 3,5 milhões de pessoas, com 780 publicações nas diferentes plataformas digitais. O projeto de difusão da música de concerto, com ações como produção e veiculação de documentários e podcasts, veiculação de conteúdos educacionais e transmissões ao vivo de concertos, direto da Sala Minas Gerais, segue em frente, embora 2021 já tenha chegado com energia renovada. “Eu acho que isso mostrou a necessidade das pessoas, em geral, de se conectar com a cultura, de usar a música como uma forma de consolo, de aproximação, mesmo que virtual. Acho também que todo mundo reconhece que a experiência de escutar música na sala é insubstituível, uma experiência única e humana que é o fazer musical de uma orquestra”, comenta Mechetti.

Neste novo ano, confiante na força e na alegria de sua música, a Filarmônica de Minas Gerais pretende continuar a unir as pessoas. Por isso, até o dia 12 de fevereiro, a Orquestra está com seu programa de assinaturas da Temporada 2021 aberto paranovos assinantes. As assinaturas são pacotes de ingressos vendidos antes do início da temporada, pela internet ou pessoalmente, na bilheteria da Sala Minas Gerais, por meio dos quais o público poderá adquirir, antecipadamente e com descontos, ingressos para todo o ano. Segundo Mechetti, serão três celebrações importantes nortearam boa parte do repertório escolhido: os 50 anos da morte de Stravinsky, os 100 de Camille Saint-Saëns e os 125 de Carlos Gomes. Há boas surpresas também: “Em respeito ao público e aos assinantes, vamos repetir as sinfonias de Beethoven ao longo da Temporada 2021”.

O maestro se diz ansioso em poder voltar a trabalhar com a orquestra de uma maneira mais regular. “Músicos clássicos gostam de planejamento, determinação, foco e não de improvisos”, explica. Ele ressalta, ainda, a amizade do grupo. “A gente cresceu como uma família mesmo, o que geralmente não acontece na maioria das orquestras. Não existe egocentrismo, estamos todos trabalhando pelo bem comum, que é oferecer música de qualidade”. E finaliza: “Acho que a temporada de 2021 mostra uma confiança muito grande na orquestra em entender o seu papel de aproximar o público com a cultura em um momento como esse. As pessoas estão com muita necessidade disso”.

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