Por que Edimburgo?

Gabriel Paiva explica porque a capital da Escócia é destino inigualável para os amantes de arquitetura, da natureza… e do uísque!

Insta: Gabriel Paiva

Esqueça Harry Potter e Outlander. A fantástica capital de um dos países mais amigáveis de todo o mundo tem muito mais a oferecer. Depois de quase um ano vivendo em solo escocês, não há um dia sequer que passe sem fotografar a cidade. Seja pela notável arquitetura das Eras Georgiana e Vitoriana ou pelo espetacular abraço da natureza, não é por acaso que Edimburgo sempre figura em qualquer ranking de “mais bela cidade” do mundo – o prêmio mais recente é de um dos mais respeitados guias de viagem de qualquer viajante, low budget ou de luxo – o Rough Guides. Na mais recente premiação, Edimburgo leva a estatueta de quarta cidade mais bela do mundo, à frente de lugares mais manjados como Londres, Veneza, Praga e Rio de Janeiro, a outrora Cidade Maravilhosa.

Mas o que há de tão especial em Edimburgo? Bem, além do exagerado calendário cultural (vou chegar lá), da atmosfera elegante e cosmopolita, do animadíssimo Festival Anual, Edimburgo encontra-se em um cenário geográfico que a torna impressionante: seus icônicos monumentos, tais como o Castelo de Edimburgo (que parece te observar por onde quer que você vá) e o prédio em estilo gótico da School of Divinity, o braço de teologia e religião da prestigiada Universidade de Edimburgo, estão literalmente empoleirados em uma série de vulcões extintos e penhascos rochosos que se erguem da geografia plana dos Lothians, a área administrativa das Terras Baixas (Lowlands) em que Edimburgo se encontra (não, fãs de Outlander, Edimburgo não está nas Highlands).

Sir Walter Scott chamava Edimburgo de “minha cidadezinha romântica”, mas foi outro notável escocês, R. L. Stevenson, quem definiu Edimburgo em palavras mais apropriadas: “nenhuma outra cidade é tão compatível com os nobres propósitos de um rei.” A atmosfera da cidade, capaz de levar as mais brilhantes mentes a uma espécie de êxtase literário, rendeu à capital dos escoceses o título de “Cidade Mundial da Literatura” pela UNESCO, que também conferiu o título de Patrimônio Mundial da Humanidade a diversas partes da Old Town – a parte mais antiga da “Atenas do Norte”, como muitas vezes é chamada.

O famoso Edinburgh Festival Fringe acontece todos os anos em Agosto (não aconteceu em 2020 e provavelmente não acontecerá em 2021 por motivos óbvios – COVID-19) e é basicamente uma série de festivais – o Whisky Festival, o Books and Arts Festival, o Jazz & Blues Festival… enfim, é uma sombrinha que engloba diversos festivais, e cada edição recebe mais de 40.000 performances de mais de 750 companhias e 20.000 artistas de todo o mundo. Estima-se que durante o Festival são realizados mais de 1500 shows na compacta capital escocesa de apenas 500.000 habitantes – já imaginou?

O festival pós-pandemia, seja lá quando for, é esperado com muita ansiedade pelos habitantes e turistas, e será o maior de todos os tempos.

*Gabriel Paiva mora em Edimburgo e é apaixonado pela cultura Celta. Entre fotos e textos, encontra abrigo no humor auto-depreciativo dos escoceses.

Fotos: Gabriel Paiva

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