Pesos e levezas

Projetos dos arquitetos Pedro Lázaro e de Lena Pinheiro na CASACOR Minas dão aula de bom design e segurança estética

Insta: CASACOR MINASLENA PINHEIROPEDRO LÁZARO

Ter o impacto dos projetos assinados pelos arquitetos de Lena PinheiroPedro Lázaro  logo na entrada, ao começar o percurso que a CASACOR Minas propõe ao visitante é algo que emociona.

Segurança estética, cultura e uma bagagem histórica sólida permeiam tanto o ambiente Sala da Lareira e Varanda, de Pedro Lázaro, como o Alpendre, Hall de entrada e Espaço Ferolla, de Lena Pinheiro.

Nos projetos de ambos, nada excede, nada falta e tudo transborda conhecimento em várias áreas, principalmente no que diz respeito à arquitetura de interiores, ao bom design e à curadoria de arte feita pelos dois. Os detalhes estão na matéria completa, no site do Tendências)

No alpendre, a principal informação é a cadeira de Tom Dixon dando boas-vindas para quem chega, cercada pela exuberância dos jardins. Já o hall de entrada, com a belíssima porta que parece bordada em ferro, original da casa, Lena Pinheiro criou uma sensação de espetáculo para quem chega, sem perder a nobreza que é peculiar em seus trabalhos. Impera a grande luminária Moon, de Davide Gropi que se multiplica no espaço, efeito criado tanto pelos painéis de vidro ao fundo, como pela mesa em vidro fumê.

No ambiente que homenageia o arquiteto José Eduardo Ferolla, que viveu por décadas na casa, foi mantida a estante original, em jacarandá, que ganhou nichos amarelos para abrigar a instalação Cidras, de Nidia Negromonte.

Utilizando pouco mobiliário, todos de design escandinavo e italiano e trabalhos de mineiros consagrados. Do artista Zé Bento, uma biblioteca em 3D, feita em palitinhos de madeira. E, de Porfírio Valadares, o enorme gaveteiro em marcenaria fina, que remete a prédios de apartamentos. O foco principal está na reprodução do desenho de Cláudio Parreiras, uma caricatura de José Eduardo Ferolla. Destaque ainda para a conjugação do sofá, muito usado em ambientes corporativos, aqui em cor forte, que conversa com a poltrona do designer Lazar Aalto. Tudo sobre tapete preto para valorizar o mobiliário.

Já Pedro Lázaro pensou seu espaço como um reflexo típico do que Belo Horizonte pensava como arquitetura, desde sua fundação até os anos 1950, com mistura de estilos ( para quem conhece, a  icônica Praça da Liberdade, marco da capital mineira, é exatamente assim).

Os ambientes originalmente eram uma sala neoclássica com detalhes no teto e porta art céco e varanda que remete à arquitetura espanhola, com arcos revestidos de pedra. O que Pedro fez foi gerar uma conexão entre eles, dando a sensação de que é o mesmo espaço. Fez isso utilizando cortinas de seda rústica indiana amassada.

Pedro manteve as características tão relevantes para o contexto da época da construção da casa, com reforços na arquitetura que a valorizam, como a pedra em cima da lareira e sua base e nos frisos pintados de preto no teto.

O tom contemporâneo dado ao ambiente não mascara as características de uma época que não é a de agora. Entre os destaques, que são muitos, o sofá autêntico, de 1979, e que parece novo e a coleção de arte, entre pinturas, esculturas e desenhos, pensada para quem gosta de arte, independente de época e estilo, com trabalhos de Laura Belém, Roberto Bethônico, Luiz Zerbini, entre outros.

Ao fundo, uma estante desenhada pelo arquiteto, que pode ter multifunções tem gavetas em sua parte superior exibindo gravuras de Matisse.

Já na varanda, a escultórica poltrona Crioline, de Patrícia Urchiola conversa com a chaise Módulo, restaurada, desenhada por Oscar Niemeyer. Uma bacia cheia de orquídeas, bandeja com bebidas, e um móvel com objetos aleatórios tem como objetivo mostrar aquilo que se compra ou se herda, sem que seja necessário pensar no valor deles. Com estruturas iconográficas de diversas épocas, o projeto acredita no design que não é temporário, mas que tem função.

FOTO DE CAPA – Ambiente Pedro Lázaro. Foto: Jomar Bragança.

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