Com projeto de Fernando Maculan e Maria Paz, Inhotim inaugura galeria permanente, dedicada a uma das mais emblemáticas artistas atuais
Insta: INHOTIM – YAYOI KUSAMA – FERNANDO MACULAN – MARIA PAZ
O Instituto Inhotim inaugurou, no último dia 16, sua vigésima galeria permanente, dedicada a Yayoi Kusama, uma das mais renomadas e emblemáticas artistas da atualidade. Ela abriga duas de suas obras: I’m Here, But Nothing (2000) e Aftermath of Obliteration of Eternity (2009), trabalhos pertencentes à Coleção do Instituto Inhotim, adquiridos em 2008 e 2009.
Yayoi Kusama é reconhecida mundialmente pelo seu trabalho caracterizado por uma imaginação criativa e cativante, com diversidade de suportes e linguagens, sobretudo nas instalações imersivas, que convidam o espectador a mergulhar em seu universo, aguçando a sua percepção.
O projeto arquitetônico da Galeria Yayoi Kusama foi desenvolvido pelos arquitetos Fernando Maculan (MACh) e Maria Paz (Rizoma). A proposta da arquitetura da galeria pensa não somente em um espaço protegido para receber as instalações, mas também para o seu público, trabalhando com a ideia da espera e da permanência em um espaço de convívio.
“Dada a relevância do trabalho de Yayoi Kusama e a conhecida atratividade de grandes públicos, o projeto da galeria conta com um amplo espaço de espera e preparação”, explicam os arquitetos. O paisagismo da Galeria Yayoi Kusama, assinado por Juliano Botim, curador botânico do Inhotim, traz um caminho sinuoso feito de pedras que desvela a galeria ao público, despertando a curiosidade de quem chega.
Um jardim planejado, inspirado em um jardim tropical multicolorido, com um toque de psicodelia, onde foram plantadas mais de 4 mil bromélias e apresenta a linguagem paisagística já consolidada do museu e jardim botânico.
OBRAS
Totalmente Iluminado por luz negra, um ambiente doméstico comum é tomado por inúmeros pontos brilhantes coloridos. Os móveis e os objetos que compõem I’m Here, But Nothing (2000) são corriqueiros de uma casa, como sofá, televisão, mesa, cadeiras, porta-retratos, tapetes e mais objetos de decoração.
Os pontos em tinta fluorescente são adesivos espalhados pelas paredes, por todos os objetos, no teto e no chão. Com a luz negra (UV-A, ultravioleta), esses pontos coloridos cintilam ao olhar do espectador, transformando o espaço, ativando a percepção e, de certa maneira, preenchendo um vazio.
Já Aftermath of Obliteration of Eternity (2009) parte dos princípios da filosofia de auto-obliteração pensada pela artista, do desejo de negar a sua existência se unindo ao infinito, como parte de um todo. Nesse ambiente imersivo, a proposta é que o espectador seja conduzido a um universo completamente diferente do exterior, um cosmo transcendental.
PROJETO ARQUITETÔNICO
Para a Galeria Yayoi Kusama, foram criados pequenos largos com bancos de madeira, como um convite à permanência daqueles que visitam a galeria ou que estão apenas desfrutando da ambiência e da vista.
Se visto por cima, como uma intervenção de cor na paisagem, o projeto conecta dois momentos da vegetação existente – a mata espontânea e o jardim planejado – e parece ocultar um mundo mágico a ser descoberto pelas pessoas que visitam o parque.
“Nosso projeto se sintetiza em duas ações sobre esta paisagem já alterada: a criação de uma cobertura leve para sombreamento de toda a área, e a inserção de um edifício longilíneo que se estende em todo o limite da praça com a mata, ancorado nos dois taludes laterais”, especificam Fernando Maculan e Maria Paz.
FOTO DE CAPA – Fachada da galeria Yayoi Kusama. Foto: Daniel Mansur.