Eu quero é sossego

Insta: Dubal Arquitetura

Certos projetos de arquitetura tem a competência de nos transportar. Seja para o nosso próprio interior, seja para uma outra forma de entender o ambiente ou mesmo para uma dimensão que fica em suspenso, apenas tangenciando o mundo real. Às vezes acontece de você se dirigir a um lugar, tendo em mente o que você espera que vai encontrar lá e, de repente, muda tudo, porque algo ali te surpreende.

O exemplo desse projeto da arquiteta Marina Dubal se encaixa nessa proposta. Tem cara de casa, mas é um apartamento. “Transformamos um apartamento na cidade numa mini-casa. Esbanjamos do verde, analisamos as possibilidades da luz e a envolvemos no projeto, criando um ar natural minimalista. Um sossego em meio à agitação, uma pausa para respirar”, comenta a arquiteta.

Tudo aqui influencia nesse ‘estado de pausa’: os móveis mais soltos e fluidos, a paleta em tons neutros, a iluminação feita de forma limpa. Na área externa privativa, uma extensão do piso do apartamento. o paisagismo assinado por Wagner Correa reforça a presença da natureza em um jardim vertical e vários vasos altos que dão aspecto de árvores às plantas. A bancada com churrasqueira elétrica ganhou um pergolado para dar mais privacidade e apoio a essa área, onde também há uma piscina e jacuzzi.

Se o piso externo é o Sulget, internamente, na área social, permanece o travertino do projeto original. Na sala, os tons naturais, a madeira clara que faz contraponto com a madeira escura das poltronas, uma Lafer e uma Nine, de Sérgio Rodrigues, tudo está em equilíbrio e em harmonia com os móveis contemporâneos assinados, por Jáder Almeida: o sofá, uma das mesas de centro e a estante metálica. No jantar, detalhe para o conjunto de cadeiras de Aristeu Pires e mesa Guili, de Dado Castelo Branco para Etel e também para o pendente Flamingo, da Víbio.

O resultado é um layout mais amplo, com espaços livres, aproveitando estruturas da marcenaria tradicional para deixar tudo mais leve e funcional. Minimalista, mas sem perder o aconchego proposto pela arquiteta.

Diferente do apartamento tipo, a suíte do casal fica na parte da frente do prédio e por isso ganhou uma ampla varanda com grandes janelas, peitoril de vidro e, mais uma vez, o paisagismo exuberante em um ambiente super iluminado e contempla ainda uma área de leitura.

Detalhe, a tela da sala e os desenhos do quarto são assinados pela arquiteta.


Marina Dubal formou-se em arquitetura e urbanismo na UFMG em 2005, trabalhou para conhecidos escritórios de Belo Horizonte até seguir carreira solo, onde executa projetos de arquitetura e de interiores, nas áreas comercial, corporativa e residencial. Embora possua uma linguagem estética bem definida, ela acredita que cada projeto tem sua própria identidade que se identifica com as necessidades e desejos do cliente.

FOTOS: NY 18

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