Prêmio Adriana Adam de Design incorpora o melhor da designer, especialista em: desvendar, veicular e propagar a cultura do projeto
Insta: Prêmio Adriana Adam de Design
Foi em 1989 que os Irmãos Campana lançaram as cadeiras Des-confortáveis, peças em ferro que parecem isso mesmo, desconfortáveis. Elas foram expostas na Nucleon 8, em São Paulo, a grande meca do design contemporâneo na época. A proprietária, a designer Adriana Adam, era o nome por trás de um trabalho arrojado para um mercado que tinha os olhos e o pensamento voltados para os móveis importados.
Antes mesmo do lançamento dos Irmãos Campana, Adriana Adam já havia lançado a coleção Os Modernos Brasileiros, fruto de muita pesquisa e desenvolvimento: eram móveis de Lina Bo Bardi, Flávio de Carvalho, Paulo Mendes da Rocha, Lasar Segall, Warchavchik e John Graz, que demonstravam que a capacidade aliada à ousadia e ao fazer, rompiam as barreiras do status europeu. Sem cópias e com muita inspiração e arte.
Sobre os Irmãos Campana, a partir dali a produção do ateliê rompeu com a produção mais artesanal e iniciou uma nova fase, de peças de mobiliários diferenciados, de fato experimentais, que agradou os críticos e os estudiosos do design de vários países. Como disse a própria Adriana, em texto assinado no Estadão em 2009, “desde então, Fernando e Humberto começaram a vender bem e resolveram caminhar pelas próprias pernas. E voaram alto”.
Seria impossível começar a falar da primeira edição do Prêmio de Design Adriana Adam sem fazer um pequeno recorte de sua história, ainda que mínimo. Ela era uma entusiasta do design. Dedicou sua vida a desvendar, a veicular, a propagar a cultura do projeto. “Ouso dizer que a história do design brasileiro não seria a mesma sem ela. E, por tudo isso, nada mais justo do que perpetuar sua memória por meio do que ela sabia fazer de melhor: descobrir e incentivar talentos”, comenta o arquiteto italiano Gaetano Pesce.
A iniciativa do prêmio foi dele, que é considerado um dos maiores nomes do design mundial ainda em plena atuação. E o objetivo da premiação não reside somente em revelar novos talentos, mas, igualmente, trabalhar por sua inserção nos mercados nacional e internacional, tal como fez Adriana Adam durante seus anos de atuação. Foi Gaetano Pesce também, quem convidou o jornalista e crítico de design Marcelo Lima para ser o curador do prêmio. Marcelo é, provavelmente, um dos profissionais da mídia brasileira de mais longeva e destacada atuação nos segmentos de arquitetura, decoração e design. Além dele, a primeira edição do prêmio tem como parceiros as empresas by Kamy, Itens Collections e Odara.
A abrangência é nacional e a premiação é destinada a universitários e profissionais com até cinco anos de formados. O concurso contará com um corpo de jurados formado por especialistas do Brasil e do exterior, e terá, na originalidade de linguagem, na inovação técnica e no uso de novos materiais critérios decisivos de avaliação.
Além de um prêmio em dinheiro e viagem, o concurso oferecerá aos seus três primeiros colocados a execução de um protótipo, que será conduzido por uma das empresas parceiras. Os itens ainda ganharão uma exposição coletiva, prevista para acontecer durante a 61ª edição do Salone del Mobile, em Milão, na Itália.