De bem com a vida

Projeto paisagístico de Flavia D’urso em propriedade no sul da Bahia respeita a natureza e cria um paraíso muito particular.

Insta: FLÁVIA D’URSOISABELLA REBELO

Quem vê um projeto paisagístico pronto, como este assinado pela arquiteta e paisagista Flavia D’urso, pode talvez imaginar que não deve ser tão complicado chegar ao resultado final que, no começo de tudo, era só uma ideia e a vontade de concretizá-la. Puro engano. Para alcançar a exuberância desse jardim tropical, com muito verde, texturas e maciços diversos, é necessário estudos, pesquisas e muita sensibilidade.

A proposta era a de reproduzir de forma natural, livre e orgânica, a natureza do entorno do terreno, conformado pela mata atlântica e pela vegetação de restinga. Implantado na paradisíaca região costeira do Sul da Bahia foi necessário conhecer preliminarmente os diferentes tipos de solo da região, assim como as áreas de mata, os sombreamentos, detalhes sobre a maresia e infinitos outros que, mais adiante, pudessem colaborar com o êxito da empreitada.

Outro desafio foi o de encontrar fornecedores que oferecessem a ampla diversidade de espécies, tanto nativas como exóticas, que foram utilizadas.

Nessa composição, entrou uma grande variedade de palmeiras como a palmeira laca, a palmeira carandá, a rabo de raposa, a areca bambu (que foi muito importante para manter a privacidade da área de lazer), entre tantas outras.

Também foi dado um destaque especial para as espécies da família dos filodendros, como o guaimbê, o filodendro pinatifidium, o filodendro undulatum  e o xanadu.  Para reforçar o tropicalismo proposto, também foram utilizadas as musáceas, as heliconeáceas e  strelitzias como a bananeira de Sumatra, a helicônia bihai, a helicônia psittacorum e a rostrata entre outras.

O colorido se fez presente nas muitas pinceladas de flores tropicais de muitas espécies utilizadas assim como na tonalidade das folhas das bromélias nativas, tais como: bromélia porto seguro nas variedades verde limão e orange crush. Algumas espécies de marantas também foram utilizadas, plantas aquáticas para o lago projetado que cumpre a função de drenar o terreno.

A manutenção desse jardim cheio de vida, segundo a paisagista, é tranquila. “ É um jardim com vida própria”, ela comenta. Afinal, além de bem implantado e muito bem feito, ele partiu de escolhas corretas.
Há um detalhe que amplifica ainda mais o paisagismo, já que as flores que fazem parte do projeto constantemente são usadas para enfeitar a casa, ou uma mesa bem-posta.

FOTOS – FAVARO JR

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