Projeto do arquiteto David Guerra para loft de 55m² mostra como misturas bem-feitas podem oferecer resultados surpreendentes e muito agradáveis
Insta: David Guerra
O ditado popular diz que nos menores frascos estão os melhores perfumes. Pode ser que sim, ou não. O mesmo vale para as moradias. Podem ser mínimas com aproveitamento máximo ou o contrário: muitos metros quadrados sem a menor utilidade. Ou o contrário do contrário. O importante são as boas sacadas que fazem um ambiente ficar agradável, funcional e bonito. Como em um bom drink, os ingredientes se harmonizam.
No caso desse loft assinado pelo arquiteto David Guerra, 55m² foram suficientes para criar espaços descolados, com layout fluido entre sala de estar, jantar, quarto, cozinha, closet e banheiro que se integram, mas que também oferecem privacidade. A cozinha, por exemplo, pode ser fechada totalmente, virando um armário e o banheiro e o closet, sem paredes ou portas é separado por vidro laqueado, aumentando a funcionalidade do ambiente.
A mistura de materiais, de cores e de obras de arte são como um enredo bem amarrado. Entre os materiais, os naturais como madeiras, cimento, pedras, couro e linho e os tecnológicos como vidro, pinturas especiais, porcelanatos, aço e espelhos. Tudo em clima de simbiose, que se repete nas cores. Tons de cinza, azul escuro, preto e branco fazem contraponto a caramelos, vinhos, verdes e amarelos numa conversa amena.
Nas obras de arte, a mistura de referências alcança o mesmo efeito. Quatro telas do mineiro Lorenzato e outras de contemporâneos como Amílcar de Castro, José Bento e Adrianne Gallinari, do paulista Paulo Whitaker e do luso-brasileiro Artur Barrio.
O melhor da história é que esse projeto é de 2014. Sete anos depois de concluído, ele continua com a identidade atemporal intacta que o caracteriza.
FOTOS: Jomar Bragança