Boas provocações

Sensível e crítico, trabalho do artista Alisson Damasceno utiliza diversos suportes para falar do universo ordenado e desordenado da educação

Insta: ALISSON DAMASCENOGAL ARTE E PESQUISA

Alisson Damasceno é um dos mais bem preparados e inquietos artistas do novo cenário belo-horizontino. Seu trabalho mergulha em plataformas como a videoarte, a instalação, a pintura, a performance e a fotografia de um jeito sensível, de quem é apaixonado pelo que faz. Nada do que ele nos entrega está pronto e acabado. Em sua obra, tudo alude à precariedade e a instabilidade.

É o caso de “DIZORDEM”, série de trabalhos desenvolvidos a partir de intervenções no universo da educação. A ideia nasceu de experiências vivenciadas na rede pública de ensino de Belo Horizonte, onde Alisson atuou como bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID).
A exposição de 2019, batizada com o mesmo nome, é parte de uma pesquisa relacionada a questionamentos sobre o papel do professor de arte enquanto artista, professor e pesquisador. Por esse motivo, fazem parte dessa mostra instalações e esculturas produzidas com restos de mobiliário escolar.

De acordo com o artista, “DIZORDEM” sugere que onde há ordem excessiva, não há espaço para singularidades. Ao mesmo tempo, alguma noção ordenada é necessária para que processos cognitivos sejam possíveis. “Apresento o ambiente escolar ordenado e desordenado, ultrapassado e em constante renovação, esquecido, mas sempre em foco de discussões como a peça central deste jogo provocativo”, explica Alisson.

Um dos mestres da arte/palavra, Ricardo Aleixo, poeta mineiro e pesquisador das poéticas intermídia, viu na “DIZORDEM” de Damasceno, à lembrança sobre uma frase do filósofo Herbert Marcuse, uma das referências da contracultura sessentista. “A arte em sentido extremo fala a linguagem da descoberta”, apresentou Aleixo.

DESTAQUES

Ouça nossas playlist em

LEIA MAIS

Atração e repulsa

Ruídos, exposição da artista Berna Reale, em cartaz no CCBB BH, apresenta um recorte da extensa produção da artista paraense

Muito além dos muros do museu

Série audiovisual Caminhadas, lançada recentemente pela Oficina Francisco Brennand é um convite para uma jornada pela de redescobertas e inspiração

Cheio de graça

Reforma de um apartamento no centro de Belo Horizonte apresenta soluções que conferem uma digital única a todos os ambientes

De bem com a vida

Projeto paisagístico de Flavia D’urso em propriedade no sul da Bahia respeita a natureza e cria um paraíso muito particular.

plugins premium WordPress