Antônio Bokel

Obra do artista carioca mostra uma grande capacidade de improvisação poética a partir da assimilação de variados materiais e suportes

Insta: ANTÔNIO BOKELAM GALERIA DE ARTE

A dualidade entre peso e leveza é algo recorrente no trabalho do artista carioca Antônio Bokel. Mesmo com um grande número de referências visuais, ele preserva a energia de quem inventa um território, como uma extensão estética e espacial em uma dimensão mais ampla. Esse território se apresenta através dos diversos suportes que utiliza e que estão em constante diálogo uns com os outros.

Seu trabalho também conversa com a rua, como se ele fosse um antropólogo que busca as histórias contadas pelas paredes, com cartazes que são colados e depois rasgados ou pichados por cima. As cicatrizes deixadas pela cidade é o que mais o interessa.

Há na obra de Bokel uma grande capacidade de improvisação poética a partir da assimilação desses variados materiais e suportes. São objetos enigmáticos, utensílios urbanos, inserção de letras, jogos de palavras ou fragmentos literários, que transitam nas pinturas murais, nas superfícies das telas, nas fotografias, nas esculturas ou nas instalações espaciais. Na pintura encontramos os acordes do seu campo de ação, indicativos de uma força integradora de suas inquietudes estéticas, ao equilibrar cores, formas e volumes em um mosaico de pinceladas rítmicas que trazem à tona as assimetrias do mundo.

Com um mundo de signos próprios, nas obras de Antônio Bokel o traço culto convive com símbolos gráficos primários como a complementá-los, ora de forma crítica, ora envoltos em harmonias desconcertantes que amplificam suas intenções, criando então a complexidade que sua obra encerra.

Formado em design gráfico pela Univercidade, em 2004, Bokel realizou a primeira exposição individual em 2003, na Ken’s Art Gallery, em Florença, Itália, onde residiu e fez cursos de fotografia e história da arte. Ao longo das duas últimas décadas, tem apresentado seu trabalho no Brasil e no exterior. Ele também está nas maiores coleções brasileiras, como as de Gilberto Chateubriand e da BGA Investimentos, bem como no acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio).

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