Angelo Venosa, Escultor

Mostra de um dos maiores expoentes da arte contemporânea brasileira apresenta uma panorâmica em torno da obra do artista

Insta: ANGELO VENOSACASA ROBERTO MARINHO

Na década de 1980, já formado pela Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI-UERJ) , Angelo Venosa assistia a cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, epicentro da cultuada “Geração 80”, marcada pela retomada da pintura. 

Seu trabalho se distingue de seus contemporâneos, numa época em que a pintura voltava a se destacar no ambiente artístico brasileira. Venosa se voltou de maneira absolutamente heterodoxa para as características da escultura: o volume a massa, o peso.

Seu trabalho revela a complexidade de seu pensamento escultórico expresso em obras de grandes dimensões ou de pequeno formato, construídas a partir da diversa gama de materiais que caracteriza seu processo criativo.


Como comenta Paulo Venâncio, curador da exposição Angelo Venosa, Escultor, que está em cartaz na Casa Roberto Marinho, no Rio de Janeiro,  as primeiras obras do artista são resultado de uma artesania própria e quase rústica, enfatizavam o volume, a presença física entre uma forma abstrata ou representação de uma entidade orgânica.

Desenvolvidos em seu ateliê no bairro do Jardim Botânico, seus trabalhos em madeira, envoltos por tecido, resina e fibra de vidro, ou compostos por cera de abelha e dentes, evocam volumes incomuns, fundando uma temporalidade ambígua e emanando referências a eras ancestrais. Essa sensação se amplia pela tensão entre as formas e os materiais empregados.

O trabalho de Angelo Venosa inclui passagens pela Bienal de São Paulo (1987), Arte Brasileira do Século XX (1987, Musée d’Art Moderne de La Ville de Paris), Bienal de Veneza (1993) e Bienal do Mercosul (2005).

Algumas de suas esculturas em escala monumental estão instaladas em espaços públicos como os jardins do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do Museu de Arte Moderna de São Paulo. A Pinacoteca do Estado de São Paulo (Jardim da Luz), a Praia do Leme e o Museu do Açude, ambos no Rio de Janeiro, também exibem obras permanentes.

A mostra panorâmica que fica na Casa Roberto Marinho até o dia 12 de novembro de 2023, ocupa 1.200m2 de área expositiva e reune 85 trabalhos de um arco temporal que vai do início da década de 1970 às últimas obras realizadas em 2021. O Instituto Casa Roberto Marinho fica na rua Cosme Velho, 1105 – Rio de Janeiro.

FOTO DE CAPA – SELMY YASSUDA

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