Com personagens peculiares, que estão nas ruas, em telas, pinturas, desenhos e objetos, Os Gêmeos encantam em exposições pelo Brasil.
Os Gêmeos. Quem? Os Gêmeos, aqueles irmãos incríveis, com trabalhos espalhados mundo afora, que fazem uma cosquinha dentro da gente quando a gente os observa de perto, na tela do computador ou do celular. Conhece? Claro, muitas pessoas vão dizer que sim, mas escutamos algumas pessoas dizerem esses dias que ainda não conheciam a dupla.
Otávio Pandolfo e Gustavo Pandolfo começaram a se destacar no cenário artístico nos anos 1990. Primeiro em São Paulo, cidade onde nasceram. Foi lá que viraram artistas influentes e passaram a contribuir para criar um estilo brasileiro de grafite. É legal saber que eles cresceram numa família que valorizava a visitação a exposições e que foram influenciados por animações, como as de The Wall, do Pink Floyd e também pelas músicas eruditas que ouviam com o avô. Cultura: algo que o Brasil andou deixando de lado nos últimos tempos.
Legal também saber que as ruas do Cambuci, bairro onde nasceram (SP), foi um dos berços da cultura hip-hop nos anos 1980. Os gêmeos conviveram com o graffiti, o rap e o break, ou seja, com a força da estética visual, da poesia, da música e da dança de rua, que foram elementos fundamentais de formação da dupla.
Essas influências deram origem tanto a personagens peculiares – que habitam as ruas em forma de graffiti – como a telas, pinturas e desenhos em papel e madeira, com uma infinidade de objetos planos e tridimensionais que ganharam vida e cores através de um estilo diverso, popular e sofisticado, que hoje estão em museus e cidades mundo afora.
É a primeira vez que tem uma exposição com os trabalhos deles em Belo Horizonte. Está no CCBBBH e conta com cerca de mil itens e tem curadoria dos próprios irmãos, apresentando uma visão generosa de um universo lúdico, partilhado por eles desde a infância.
Mais uma curiosidade, a exposição “Os Gêmeos: Segredos”, foi um dos maiores sucessos da história da Pinacoteca, em SP. Em visitação, só perdeu para o hiper-realista Ron Mueck e para as esculturas de Rodin.
No CCBBBH ela fica em cartaz até dia 22 de maio, é gratuita, mas é bom tirar os ingressos com antecedência no site da instituição, porque a procura vai ser enorme na temporada mineira.
CAPA – Filipe Berndt