É para ver ou para usar?

Projeto que une talento dos arquitetos Luiz Gazzi e Ana Bahia e paisagismo de Felipe Fontes cria casa sem melindres

Insta: Ana Bahia ArquiteturaLuiz GazziFelipe Fontes

Duas perguntas. Uma casa linda tem que ser intocável? Uma casa de final de semana pode se transformar em endereço permanente, com todo o conforto que uma residência de uso diário deve oferecer?

Vamos por partes. A resposta à primeira pergunta é um redondo não. Uma casa pode, sim, encher os olhos tanto dos moradores quanto de quem a visita, mas vamos combinar que uma ‘casa vitrine’ é impensável para quem aprendeu – principalmente com a experiência da pandemia – que a casa deve ser planejada para ser amplamente usável.

Quanto à segunda questão, ela merece um sonoro sim. Principalmente agora, que muita gente descobriu as vantagens do trabalho remoto e não há mais a necessidade de cruzar a cidade como um alucinado para chegar ao escritório.

Foram exatamente essas duas prerrogativas que nortearam todo o projeto dessa casa, desde a implantação. Era para ser uma casa para curtir os fins de semana, mas essa ideia, os proprietários já avisaram, poderá ser alterada a qualquer momento. Era para ser uma casa linda, a cara deles, mas sem essa de ‘não me toques’, de não poder sair da piscina e entrar, sentar, se divertir em seu interior, ou se esparramar no sofá para uma leitura.

Era para ser e virou tudo isso. A primeira etapa do projeto ficou a cargo do arquiteto Luiz Gazzi. Embora com terreno em declive acentuado, o desejo dos proprietários era que a casa ficasse praticamente em um mesmo plano. Ela ocupou a parte mais alta, acessível por uma ampla rampa, escadaria e muito jardim. A movimentação de terra permitiu que a construção optasse por projetar, na parte debaixo, todo o apoio de serviço, depósito e estacionamento. Na parte de cima ficam a área social, cozinha, um apoio de serviço extra, cozinha gourmet e os quartos.

Para definir o projeto de interiores e também a estética da casa, a arquiteta Ana Bahia iniciou seu trabalho em parceria com Gazzi, até chegarem a um conceito considerado ideal para os clientes. Ela assina todo o detalhamento e as especificações, até a conclusão da obra, com o projeto de interiores.

Situada em um dos condomínios mais bonitos e antigos, na região de Nova Lima, MG, a construção tem 700m2 de área construída. Confortável, sem excessos, a casa possui quatro suítes, uma delas transformada em sala de música e também uma sala íntima. Bons armários em todos os cômodos, automação e energia solar dão o suporte necessário, caso o endereço venha a ser o permanente dos moradores. Bastante preservada, a área íntima permite o descanso mesmo quando a parte social continua ativada.

Afinal ela está no mesmo nível, com estar, jantar, cozinha, cozinha gourmet e a piscina, ambientes que foram integrados tanto pela especificação do mármore travertino, permitindo unidade entre esses ambientes, como pelas portas muito abertas entre eles. Com vista para a área da piscina com borda infinita que amplia ainda mais a visão estonteante do mar de montanhas adiante, a sensação é que, ao chegar, a vontade de ir embora dali desaparece como por encanto. No terreno há também um campinho gramado e uma parte de árvores frutíferas. O cuidado de toda a área verde tem paisagismo assinado por Felipe Fontes.

Além do travertino no piso, para se transformar em uma casa realmente para uso, os tecidos dos estofados, tanto da área externa, como interna foram pensados nesse sentido: sofás com capas laváveis que podem ser trocadas, tecido tecnológico e o uso do couro no jantar. Com peças de extrema qualidade, entre as assinadas por Sérgio Rodrigues e Jáder Almeida, tudo foi escolhido para combinar com o alto astral do lugar, criando, ao mesmo tempo, uma linha minimalista e moderna. O forro do estar e jantar, em madeira e até mesmo a cor da casa foram especificados pensando em acolhimento e aquecimento, assim como os tons alegres presentes no mobiliário. Uma casa linda, sem melindre de uso, projetada para ser usufruída.

Engenharia impecável executada por Frederico Grimaldi, que soube tocar a obra, executando com precisão os sonhos que estavam no papel.

Fotos: Jomar Bragança

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