Sedução e acolhimento, algo que desperta o erotismo e foge adas alegorias: proposta da Play Arquitetura na CASACOR Minas 2024
Insta: PLAY ARQUITETURA – CASCAOR MINAS – ESPAÇO 356
O fato do edifício que sedia a Casa Cor 2024 ter sido originalmente um motel foi o estímulo para o projeto da Play Arquitetura, de Marcelo Alvarenga e Juliana Figueiró. Sem cair em estereótipos, o que foi proposto propondo é uma arquitetura de interiores sedutora, dosando sensualidade e acolhimento. Algo que pode despertar o erotismo.
Como criar um espaço e uma atmosfera que possam elevar a nossa libido? A arquitetura e o design são capazes de instigar o amor? Estas questões permearam a concepção do ambiente e, assim, a proposta foi a de fazer esse encontro com a história do lugar, trazendo-a para o presente e expandindo-a para os espaços privados das nossas casas e apartamentos. Para os arquitetos, o que interessa é que a arquitetura possa afetar e acolher formas de amar variadas.
Tudo foi pensado no todo e nos detalhes. Na utilização do espaço de forma coerente com a proposta, mas sem apelos que não os subjetivos, seja no mobiliário, ou nas obras de arte que provocam a imaginação. Aqui, o vermelho padrão some para dar espaço a um rosa nude, ao mostarda e ao caramelo, às texturas com nuanças, ao carpete e tapetes bem paginados.
No mobiliário escolhido, a ideia também foi a de despertar os sentidos, seja pelos materiais, como o couro, a seda, o veludo e o aço polido, ou pela forma, como a cama enorme que atiça questões contemporâneas, ou mesmo a banheira transparente.
Sim, o espelho está lá, mas nada alegórico, ele ocupa uma das paredes como se fosse um grande biombo. Do lado oposto, onde se encaixam o estar, a área da cama e parte do banheiro, foi criada uma parede em curvas, da viga para baixo, deixando o teto em cimento cru ao natural. Há ainda uma sugestiva cabine toda acolchoada, um quebra-rotina sob medida.
Na arte e peças expostas, vasos da Alva Design que brincam com o masculino e feminino em pedra, pintura misteriosa de Julia Penido, uma escultura de parede, orifício misterioso, obra que causa estranhamento, de Humberto da Mata, correntes como a arandela metálica do Studio Rain, telas de Carol Botura, entre outros achados que precisam da calma do observador curioso. Para completar, a luz afinadíssima do ambiente, que utiliza tanto uma calha quanto a luminária do Studio Sala, peça de destaque.
FOTOS – LUIZA ANANIAS