Lembranças do que nunca viu de fato criam no trabalho de Andrey Rossi uma nostalgia que engatilha reflexões no observador
Insta: ANDREY ROSSI – AM GALERIA DE ARTE
Mirar e admirar o trabalho do artista Andrey Rossi sugere uma viagem por algo que de alguma forma nos é familiar e ainda assim oferece um sobressalto com sua carga de significados.
“A noção que Andrey Rossi nos revela, como ele mesmo diz com suas palavras, é a de ‘uma linha que conduz o fenômeno’, tomando partido de sua força de orientação reflexiva. É o fio condutor fino que une universos distintos em uma única mirada: o vegetal, o animal e o humano, a passagem entre a vida e a morte”, comenta o curador Márcio Harum.
É ele quem faz essa análise: “Por entre brechas, a pintura de Andrey Rossi nos mostra camadas acumuladas de abandono e ruína pela passagem do tempo. Através de portas entreabertas, se avista ambientes escurecidos, de paredes descascadas e batentes surrados, parcas peças de mobília, utensílios domésticos e pouco do vestígio humano”.
Rossi lida com seu próprio imaginário como objeto central de interesse. Lembranças imaginadas se perpetuam em suas telas, já que o artista se vale em sua prática de um repertório de reflexões, criando lugares por ele nunca antes visualizados.
Sua pintura, como um mapa mental em exibição, tece relações, ciclos e transições de ambivalência e fragilidade interespécies: cadáveres transformados em alimento para as plantas e plantas que alimentam corpos vivos – tal loop é declarado e exposto.
Andrey Rossi nasceu em 1987 em Porto Ferreira, São Paulo e atualmente vive e trabalha na capital paulista. Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP, tem mestrado em Artes Visuais, e é atualmente doutorando em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.
Artista Visual, suas obras possuem ênfase em pintura, desenho e assemblagem. Possui obras em acervos institucionais através de prêmios aquisitivos no Brasil e no exterior, como no Museu de Arte Contemporânea – RS; na coleção Gilberto Chateaubriand no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, na Fundação Marcos Amaro e no Museu de Arte do Rio de Janeiro.
FOTOS DE ADRIANA VIOTTO, JEIVISON JOSÉ E FILIPE BERNDT, DO ARQUIVO DO ARTISTA.