Projeto de Pedro Haruf no interior de Minas restaura elementos originais, amplia construção e cria ambiente que conversa com o todo
Insta: ESTUDIO PEDRO HARUF – ARMAZÉM DA ONÇA

Onde está a boa arquitetura? Está onde alguém entenda sua importância e também onde o arquiteto saiba executá-la. Pode estar, por exemplo, em um armazém, simples e preservado de histórias, cumprindo a missão de integrar função e forma com graça e sabedoria. Este aqui, um espaço de comércio e serviço, fica na pequena cidade de Onça do Pitangui, MG, e oferece produtos de agroflorestas e artesanatos de pequenos produtores da região, além de servir café e quintandas para moradores e turistas.




Projeto de Pedro Haruf para uma edificação do início do século XX, anexa a uma casa colonial. Ele foi realizado em três frentes distintas para sua requalificação: restauro dos elementos originais, ampliação da arquitetura e design de interiores.




A demolição de um forro de PVC revelou as tesouras e o telhado colonial. As paredes foram descascadas para destacar o tijolo maciço utilizado na construção e o madeiramento foi recuperado, incluindo esquadrias, assoalho e tesouras.



Os adornos originais foram restaurados nas fachadas frontal e posterior e esquadrias antes tamponadas foram reabertas, além da pintura, que utilizou técnicas tradicionais de caiamento.


Outro movimento foi criar uma arquitetura que funcionasse como uma espécie de pedestal para a construção existente, uma arquitetura discreta que se apresenta como um espaço vazio ao nível do térreo. No subsolo, estão localizados os espaços administrativos e banheiros de acesso ao público. A escada também leva ao terreno natural, onde a proposta é realizar eventos comunitários.



Para acessar o pátio e, consequentemente, o subsolo, as janelas da fachada lateral foram transformadas em portas, reproduzindo também aí, os padrões de rodapé e roda-teto das fachadas frontal e posterior.




No interior da loja, um grande móvel central organiza a circulação do espaço, funcionando como caixa, espaço para balcões refrigerados e mostruário dos produtos da agrofloresta. De um lado, uma grande bancada revestida de azulejos e um móvel de marcenaria em madeira maciça complementam as funções de café do estabelecimento, com espaço para cafeteira, pia e armazenamento de itens tanto para venda quanto para uso, como copos, pratos e afins.


FOTOS – MANUEL SÁ