Nada Barbie

Projeto de Beatriz Maranhão para CASACOR Minas 2023 escolhe um tom de rosa para receber o melhor do design internacional

Insta: CASACOR MINASBEATRIZ MARANHÃO

Qual a cor do ambiente que você mais gosta? Ele tem paredes brancas? Paredes cinzas ou então uma cor forte que te remete a alguma lembrança? As cores que usamos, as que são ligadas às tendências ditadas pelo mercado ou aquelas que simplesmente mexem com a gente de tal maneira que a queremos mais próximas, costumam contar uma história e refletir momentos específicos no tempo, seja no coletivo ou na nossa vida pessoal.

No caso dos dois ambientes assinados por Beatriz Maranhão nesta edição da CASACOR Minas, um no andar térreo e o outro, logo que você sobe a escada da Casa Ferolla, a cor rosa, que envolve ambos, teve um motivo muito especial para ser a escolhida. O objetivo era criar leveza e uma conexão com bons sentimentos. E ela conseguiu.

Definida a cor de fundo, Beatriz se inspirou, de forma sutil, na constante repetição de padronagens presente no trabalho de Yayoi Kusama, refletindo as coloridas telas de André Burian nos tapetes dos dois ambientes, que também são assinados por ele.

Há mais destaques que chamam a atenção no ambiente, a começar pela curadoria das peças e mobiliário. Nomes consagrados como o de Jean Prouvé, dos irmãos Bouroullec, de Frank Gahry e de Alvar Aalto pontuam em uma composição onde nada é datado, ao contrário, transcende o tempo para se juntar a uma peculiar peça, rara por sinal, dos Irmãos Campana, intitulada Cabana e ao arrojo da imagem na parede de Nossa Senhora Aparecida, em releitura, assinada por Patrícia Maranhão.

Sem intervir na arquitetura do casarão, uma edificação de 1940 em estilo art déco e influência espanhola, Beatriz conseguiu traduzir o que seu olhar apurado previu para os dois ambientes em uma conjugação onde o tempo – passado composto? presente? futuro do pretérito? – se materializa para narrar uma história das melhores: aquelas que não tem começo, nem fim. Uma história contada em rosa e outros matizes, não para agradar a Barbie, mas para demonstrar que cores evocam sentimentos e o bom design permanece atemporal.

FOTOS – JOMAR BRAGANÇA

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