Living do Colecionador

Ambiente assinado por Joana Hardy na CASACOR Minas 2025 propõe interpretação contemporânea das casas mineiras

Insta: CASACOR MINASJOANA HARDY

Tem gente que coleciona coisas e tem os que colecionam histórias. O ambiente assinado por Joana Hardy para a CASACOR Minas 2025 concentra essas duas vertentes que não se chocam, ao contrário, se complementam. Na proposta da arquiteta, o morar é celebrado como um ato de acolhimento e memória. Inspirado pela essência do desenho mineiro, ele reúne formas, matérias e referências que atravessam o tempo.

Cada peça de mobiliário, assinada por grandes nomes do design brasileiro e, em especial, por arquitetos mineiros, carrega junto o respeito à história, à matéria e ao fazer manual. Uma soma de autenticidade e reconhecimento que transforma o percurso entre o estar e a sala de jantar em um álbum de memórias, criando assim um espaço expositivo que, ao mesmo tempo é morada e também um convite para sentir, lembrar e pertencer.

No jantar, a mesa e o armário assinados por Carico já dão uma dimensão dessa proposta, em um ambiente que destaca no teto, o trabalho AGÔ, AGÔ – Noite e dia entre os nossos, de Marcel Diogo e Joacélio Batista, da Galeria Mitre. A obra, uma grande estrela multifacetada central entre outros elementos celestes, convoca um universo etéreo para o momento das refeições. Para a arquiteta, é uma referência aos tetos de gamelas, em uma versão contemporânea. Além disso, a sala de jantar é uma homenagem às nossas origens africanas e, por isso, para esse espaço foram eleitas somente obras de artistas pretos, como Jorge dos Anjos e Davi de Jesus do Nascimento.

No estar, o olhar vai descobrindo aos poucos uma composição de preciosos itens de design autoral, como a cadeira de balanço de Michel Arnout, o banco Taboa, o aparador Brasília e a poltrona assinados por Porfírio Valadares, o banco Mocho e a mesa Vitrine, de Sérgio Rodrigues e a mesa pétala de Jorge Salszupin.

Não menos importante que essa coleção icônica de mobiliário, as obras de arte espalhadas por todo canto são de artistas mineiros, como Lorenzato, Marcus Benjamin, Maria Helena Andrés, croquis de Veveco e Freuza Zechmeister, fotos de Jomar Bragança e um tapete também assinado por Veveco, transformado em tapeçaria.

O teto do estar também chama a atenção: nele, uma estrutura em madeira foi revestida com seda rústica e ganhou iluminação indireta que acolhe, com perfil de led que reflete na lage. A dimensão do teto é a mesma do tapete assinado pela arquiteta, delimitando, assim, o ambiente. No todo, uma interpretação contemporânea das casas mineiras, sobretudo dos designers e arquitetos mineiros.

FOTOS JOMAR BRAGANÇA

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