Garra e encanto

Uma das mais importantes companhias do cenário teatral brasileiro, Grupo Galpão comemora 40 anos com uma extensa e intensa programação.

Insta: GRUPO GALPÃO

De onde vem a força do Grupo Galpão? 40 anos depois de sua estreia, nesse emblemático aniversário de quatro décadas de muitas histórias, vitórias e encantamentos essa pergunta pode gerar infinitas respostas.

O Grupo Galpão é uma das companhias mais importantes do cenário teatral brasileiro, cuja origem está ligada à tradição do teatro popular e de rua. Criado em 1982, o grupo desenvolve um teatro que alia rigor, pesquisa, busca de linguagem, com montagem de peças que possuem grande poder de comunicação com o público.

Sediado em Belo Horizonte, é um dos grupos brasileiros que mais viaja, não só pelo país como também pelo exterior, já tendo percorrido o território brasileiro de norte a sul e participado de vários festivais em países da América Latina, América do Norte e Europa.

São 12 atores que trabalham com diferentes diretores convidados, como Fernando Linares, Paulinho Polika, Eid Ribeiro, Gabriel Villela, Cacá Carvalho, Paulo José, Paulo de Moraes, Yara de Novaes, Jurij Alschitz e Marcio Abreu, além dos próprios componentes – Eduardo Moreira, Chico Pelúcio, Júlio Maciel, Lydia Del Picchia e Simone Ordones —, que também já dirigiram espetáculos do grupo.

O Galpão forjou sua linguagem artística a partir desses encontros diversos, criando um teatro que dialoga com o popular e o erudito, a tradição e a contemporaneidade, o teatro de rua e de palco, o universal e o regional brasileiro.

Sem fórmulas e sem métodos definidos, o Galpão sempre pautou sua prática por um teatro de grupo, que não só monta espetáculos, mas que se propõe também a uma permanente reflexão sobre a ética do ator e do teatro, inserido em um amplo universo social e cultural.

Por isso, comemorar 40 anos de existência em um país como o Brasil, que vive um dos maiores retrocessos, inclusive cultural, de sua história é algo ainda mais emblemático. Para dar início às celebrações em Belo Horizonte (MG), o Grupo revisita uma de suas principais montagens de rua, que dessa vez ganha os palcos, o espetáculo “Till, a saga de um herói torto”, com texto de Luis Alberto de Abreu e direção de Júlio Maciel fica em cartaz entre os dias 24 w 26 de junho, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH e depois segue para outras capitais.

Outro espetáculo que o público poderá matar a saudade é Nós, de 2016, com direção de Marcio Abreu, em cartaz nos dias 30 de junho, 1º  e  dois de julho, no mesmo palco. Também faz parte da comemoração uma série de 13 videorretratos, uma linguagem inédita no repertório da companhia. São retratos em movimento de cada ator e atriz do grupo, produzidos em estúdio, misturando fotografia, cinema e teatro. A série tem como pano de fundo uma vertiginosa festa de aniversário por onde circulam personagens imaginários, inspirados em vários tipos que já estiveram nas plateias e nos palcos do Galpão. O trabalho, dirigido por Filipe Lampejo e Vinícius de Souza, ocupará as redes sociais do grupo, mas antes estreia no cinema. 

A programação também abrange sessões de cinema, com produções audiovisuais do Grupo, como “Partida de vôlei à sombra do vulcão”,dramaturgia de Silvia Gomez e direção de Clarissa Campolina e Fernanda Vianna; “Fogo Fátuo”,direção de Eduardo Moreira e Luiz Felipe Fernandes; “A gente pode tudo pelo menos por enquanto”, direção Luiz Felipe Fernandes; e do documentário Moscou,com direção de Eduardo Coutinho.

Também será lançado o livro “Galpão: tempos de viver e de contar”, que revela histórias e bastidores do Grupo, além de imagens de uma rica iconografia de espetáculos. Lançado em 2021, pela Edições Sesc SP, o livro terá lançamento presencial em Belo Horizonte, com a presença dos atores e atrizes, no dia sete de julho, no Café do Centro Cultural Unimed-BH Minas. O valor do livro é R$ 88.

No segundo semestre, o Galpão ganha ruas e praças com suas montagens. As comemorações dos 40 anos do Grupo Galpão iniciam em Belo Horizonte, depois faz uma turnê pela Serra da Canastra e segue para o Rio de Janeiro e São Paulo. Depois, o grupo continua na ativa, já que está em processo de criação de sua 26ª montagem. O Grupo, que já começou o processo de pesquisa, vai apresentar os primeiros resultados para o público em workshops e em ensaios abertos. O foco do trabalho tem sido a linguagem musical da obra de Brecht, com destaque para o cabaré. Vida longa ao Grupo Galpão!

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