Projeto do Estúdio Zargos mistura passado e presente na ressignificação de uma casa, instalada em bairro histórico de Belo Horizonte
Insta: ESTÚDIO ZARGOS
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‘E como ficou chato ser moderno. Agora serei eterno’. Os dois primeiros versos desse poema de Carlos Drummond de Andrade, foi a primeira coisa que nos veio à mente, quando vimos esse projeto do Estúdio Zargos, de Belo Horizonte. A casa, batizada de Casa Floresta, fica no bairro de mesmo nome, cuja história que se confunde com a da capital mineira, pois foi um dos primeiros a surgir na cidade. Primeiro, com casas simples para abrigar os operários que trabalhavam na construção da nova capital e, depois, cedendo lugar para casarões de imigrantes europeus.
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Hoje, mesmo com vários prédios e comércio, a região não perdeu seu charme e, em muitos pontos, continua carregada de história. É nesse momento que esse projeto chama a atenção, por vários motivos. O primeiro desafio do escritório foi o de remover a demanda inicial de demolir completamente a edificação, com formas e proporções originais que atravessaram décadas. Vencida esta etapa, o passo seguinte foi o de transformar a construção, muito mais do que em uma casa, em um lar em sintonia com o momento de agora (e pronta para o futuro, porque não?).
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O projeto mistura passado e presente, em uma casa centenária que recebeu soluções que a vestiram de jovialidade. Traços antigos se unem a novos materiais, trazendo uma contemporaneidade que não está no volume da construção, mas em como ela foi ressignificada.
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Quem passa pela rua vê a história caracterizada na fachada original que, de certa forma, caracteriza uma época. A partir da porta da frente, ao entrar na casa, o cenário se transforma. É contemporâneo, sem excessos e se vale do impacto de certos elementos como as réguas de concreto aparente, a presença da madeira ripada e painéis de vidro e também do verde em jardins que se espalham por toda a sua extensão.
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O anexo proposto integra o presente à casa histórica, sem interferir na sua importância e, ao mesmo tempo, ocupando o terreno de forma a estabelecer um programa que atenda aos novos moradores.
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Como diz outros versos de Drummond, do mesmo poema, ‘eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata’. Certamente quem primeiro construiu essa casa, em outros tempos, não imaginava que ela, de alguma forma, poderia ser eterna, ganhando novas conformações, para o tempo de agora.
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O projeto é assinado por Zargos Rodrigues, Rodrigo Pereira, Frederico Rodrigues, Carla Deltreggia, Ika Okamoto, Letícia Armond, Nathalia Melo e Laís Parreiras. A consultoria de patrimônio histórico foi feita por Nattalia Bom Conselho e Lorena Nilzete e o paisagismo é assinado por Rodrigo Pereira.
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Por fim, uma curiosidade sobre o bairro onde fica a Casa Floresta, que também leva este nome. Há quem diga que esse nome foi escolhido porque o local abrigava uma grande mata. Outros acreditam que o bairro foi batizado graças à fama do Hotel Floresta, construído em 1897, na região, na avenida do Contorno. Há também uma terceira versão, que credita o nome a um agitado botequim pertencente a um espanhol chamado Floresta. O nome do bairro pode ter controvérsias, mas, o da casa, parece dirimir qualquer dúvida.
FOTOS: JOMAR BRAGANÇA