Descolado e contemporâneo

Loft em prédio ícone de BH tem assinatura de Junior Piacesi sem abrir mão de ser a cara dos proprietários

Insta: PIACESI ARQUITETURACASA MIRADOR

As formas de habitar e se relacionar com um espaço que traga identidade e seja funcional no dia a dia é um dos desafios encontrados pelos arquitetos que se deparam com as mais diversas necessidades de seus clientes. Fatores como a densidade habitacional dos centros urbanos e o crescente nomadismo têm colocado em evidência moradias menores que, nem por isso, deixam de satisfazer critérios de bem-estar ou relacionados aos desejos de seus usuários.

Os softlofts, apartamentos com pé-direito duplo, mezanino para o quarto, planta livre, cozinha e living integrados e grandes aberturas (janelas) surgiram na esteira dos lofts, cuja versão urbana é originária da França na década de 1950, com o projeto de apartamentos da Cité Raieuse, do arquiteto urbanista Le Corbusier. Até os anos 1970, eram considerados lofts somente os grandes espaços convertidos em residências, situados nos andares superiores de galpões industriais e a cidade de Nova York, na década de 1960, foi grande difusora do glamour desses locais que viraram moradia de diversos e renomados artistas. 

Entre as versões atuais, que continuam a encantar pelo ar descolado e contemporâneo, a icônica construção batizada de Casa Mirador Savassi, em Belo Horizonte, projeto de Gisele Borges, apresenta moradias cheias de charme e personalidade. É o caso desse, que foi assinado pelo arquiteto Junior Piacesi, para um casal de colecionadores. Os dois escolheram morar no Sul da Bahia, mas que queriam continuar com uma residência de apoio na capital mineira.

Não precisavam de grandes espaços, mas desejavam uma casa que abraçasse as telas e objetos de arte de seu acervo. A ideia do loft foi perfeita. A parede com pé direito de seis metros abriga uma mini-galeria para as obras, que também compõem outras paredes. Prateleiras de ferro, de 5cm espalhadas pelos ambientes, ganham diferentes montagens com objetos e telas, oferecendo ainda uma arquitetura mais industrial, que conversa com a tipologia do prédio, em que os lofts são entregues com laje nervurada e iluminação em calhas elétricas.

A base em preto, branco e cinza permite que a cor seja marcante nos elementos que trazem muito das memórias dos moradores. As áreas de serviço e social ficam embaixo, com uma ilha central de apoio para a cozinha integrada e um grande bloco de serviço que esconde o tanque e a geladeira, além de uma varanda aberta e escritório. Na parte de cima fica o dormitório, banheiro e closet. A sensação é de profundo bem-estar em um apartamento pensado para abraçar a arte, mas que vai além, abraçando seus moradores e as pessoas que eles costumam receber.

FOTOS GENTILMENTE CEDIDAS PELO ARQUITETO

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