Ciranda original

Com projeto da arquiteta Ângela Roldão, Casa de Vidro permite um contato ainda maior com a natureza que a circunda

Insta: ÂNGELA ROLDÃO

Uma imagem, miragem de um desejo que demorou anos para se realizar junto a um universo cada vez mais raro, mas que ali, na região que faz parte do Parque do Rola Moça, persiste em todo esplendor: uma enorme área de reserva natural, tombada, cheia de rios, cachoeiras e trilhas. Por isso, a Casa de Vidro, projeto da arquiteta Angela Roldão, é daquelas que cativam o olhar de imediato.

A planta, sucinta, sem espaços perdidos, dá a impressão de uma construção muito maior do que realmente é. Foi pensada para seus usuários, que adotaram um estilo de vida minimalista e que queriam isso: não se pouparem das árvores e de toda a vegetação e fauna existentes ao seu redor. Ao contrário, queriam todo o verde da natureza o mais próximo possível.

Aparentemente é uma construção simples. Utiliza estrutura metálica, esquadrias de alumínio, vidros, fechamentos em concreto aparente, piso de tecnocimento e porcelanato nos banheiros. Também não precisou de um grande número de mão de obra, a equipe foi reduzida, assim como o tempo gasto para executá-la.

Mas chama a atenção a precisão do cálculo que viabilizou uma estrutura cheia de balanços que permitem uma leveza extremamente harmônica à construção e sua proposta.

Composta por dois módulos de 6m X 12m –  que é o tamanho máximo da barra de aço –  um módulo de 3m X 12m, além da varanda, a casa consegue unir à matemática que evita o desperdício de material, todo o encanto que faz parte de seu conjunto.

Situada em um condomínio fechado no distrito de Casa Branca, no município mineiro de Brumadinho, muito próximo a Belo Horizonte, onde também fica o Instituto Inhotim, a Casa de Vidro passa a sensação de que não são necessários os excessos para morar em harmonia com a natureza e desfrutá-la integralmente. Engenharia por WK Construções – Renato Pessoa –, paisagismo deMatos e Renault Paisagismo, projeto luminotécnico, Júnia Carsalade. Obras de arte: Amílcar de Castro, no hall, Fernando Lucchesi, no estar, Niura Bellavinha, no quarto, Daniel Mansur e Miguel Aun, na cozinha.

FOTOS: JOMAR BRAGANÇA

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