A arte como experiência

Instalação FACES, na Bel Lar Casa Contemporânea, mostra a importância de criar novos estímulos no público, para além do consumo

Insta: BEL LAR

Não basta vender um produto. Mais do que nunca, hoje, é preciso surpreender o cliente, vivenciando junto com ele seus sonhos e emoções. Estamos falando da chamada Era da Experiência, na verdade um desdobramento da Era da Informação, que permitiu aos consumidores acessar, mesmo que virtualmente, o que quisessem e quando bem desejassem. É assim que marcas e organizações tem se conectado com seus consumidores, num contínuo estímulo para que apreciem o melhor da vida. Muitas empresas investem nesse sentido e, uma que tem feito a diferença, em um trabalho incessante em novas experiências e conteúdos relevantes para seus públicos, é a Bel Lar. Não à toa, seu showroom, batizado de Casa Contemporânea, é um espaço que vai muito além da mera exibição dos produtos que comercializa. 

O que chama a atenção nesse trabalho da Bel Lar Casa Contemporânea é a conexão que a empresa tem feito entre o que tem a oferecer em termos dos mais variados materiais e a arte, cada vez mais necessária no mundo contemporâneo. Há sempre uma exposição, uma live, um profundo trabalho de pesquisa e parcerias bem-sucedidas. A mais recente, inaugurada no último dia três de maio, é a instalação FACES, fruto de uma dessas parcerias de sucesso, no caso, com a marca italiana Gardenia Orchidea, mundialmente conhecida pela qualidade e apuro técnico em produtos cerâmicos para revestimentos e pisos e, que, por sinal é parceira da Versace, com a qual tem produzido em estreito contato com arquitetos e designers da grife italiana.

Portanto, FACES é fruto desse empenho que permeia a experiência e a excelência, tendo a arte como ponto mais elevado do projeto. Elaborada com placas de 1m60 por 3m20, que criam um jogo de planos, ora suspensas, ora no chão, elas funcionam como um anteparo para o projeto gráfico que constrói a narrativa da instalação. Essas placas são superfícies sinterizadas SLABS, da marca italiana, que apresentam o aspecto visual de pedras marmorizadas. São elas que servem como elo entre o clássico e o contemporâneo: um elemento que tem melhor desempenho técnico e funcional que as próprias pedras naturais, sem perda de qualidade estética e com dimensões surpreendentes.

À medida em que o público se aproxima e percorre os volumes da instalação, outras faces se revelam, como o icônico rosto da Mona Lisa, por exemplo, com toda a força que a obra representa para a arte renascentista italiana. Não se trata de retratos do que foi feito nesse período. São imagens subjetivas, criadas a partir da computação gráfica. É interessante destacar que a percepção de todas elas muda de acordo com a forma como são observadas: seja a olho nu ou pela câmera do celular que, no caso, revela novas nuances do mesmo trabalho. Como comenta o arquiteto Roger Lages, que assina a direção de arte e a cenografia da instalação, o intuito é estabelecer uma narrativa de símbolos que perpassam passado, presente e, provavelmente, o futuro. Em FACES, os clássicos mostram sua força e extrapolam o aspecto de temporalidade, convidando o expectador a pensar sobre o exercício de re-criatividade dos símbolos.

FOTOS: STUDIO NY 18

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