Entre o Céu e a Terra

Em exposição em Nova York, trabalhos inéditos do artista brasileiro Ernesto Neto envolvem cores, texturas, sons, fragrâncias e materiais naturais

Insta: ERNESTO NETO

Ernesto Neto é um artista carioca nascido na década de 1960, considerado um dos mais importantes de sua geração. Quando ele fala de seu trabalho, Neto sempre faz referência à identidade, tentando revelar ao público que este é um processo que se constrói de forma relacionada ao que nos rodeia, a como atuamos e a como nos comportamos frente a determinadas situações. No entanto, também explica como tal subjetividade está igualmente ligada ao estado de espírito. O ser e estar são os verbos que o levaram a questionar-se pela natureza das coisas e dos objetos no estudo das relações. Que influência um objeto tem frente a outro?

Ernesto Neto concebe suas obras como natureza. No entanto, não só como a natureza que se encontra no ambiente, mas também como a natureza do interior de cada indivíduo. É por isso que cada obra é entendida como uma fantasia do corpo, pois Neto sempre pensou a arquitetura como algo animal, como uma formulação que se assemelha a um corpo e ao mesmo tempo a um espaço quadrado. “A casa é o corpo, a terra é o corpo”, relembra o artista fazendo referência às palavras de Lygia Clark.

Cores vibrantes, texturas, sons, fragrâncias e materiais naturais são algumas das características quase onipresentes em sua obra. Suas principais referências foram movimentos como o neoconcretismo brasileiro do final da década de 1950, a escultura minimalista dos Estados Unidos da década 1960 e a Arte Povera italiana do início da década 1970. Inspirando-se no trabalho de artistas como Hélio Oiticica e Lygia Clark, Neto vêm criando um expressivo corpo de trabalho desde 1990, ganhando notoriedade internacional e expondo suas obras em importantes galerias do mundo. 

A Tanya Bonakdar Gallery de Nova York inaugurou recentemente a mostra individual Entre a Terra e o Céu, composta por obras inéditas do artista. Entre elas, Earthtreelifelove, formada por um tapete de crochê de algodão com formações espirais que representam a terra e o oceano. No topo da escultura o céu está representado e folhas caem de uma árvore, destacando o ciclo natural da vida. Os visitantes são convidados a tirar os sapatos, deitar no carpete para entrar em um momento meditativo em contato com a natureza.

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